terça-feira

Enóloga portuguesa Filipa Pato ensina a escolher um bom vinho


Com apenas 37 anos, ela está à frente de uma das vinícolas mais elogiadas de seu país
A enóloga portuguesa Filipa Pato, em evento na Casa Flora Guillermo Giansanti / O Globo


A enóloga portuguesa Filipa Pato, em evento na Casa Flora Foto: Guillermo Giansanti / O Globo



RIO - A portuguesa Filipa Pato fala bonito quando o assunto é vinho. O tema, geralmente dominado por homens, flui com tranquilidade para esta mulher que, desde criança, está acostumada a ver os pais envolvidos com a produção. Depois de se especializar em cursos na França, Argentina e Austrália, Filipa, de apenas 37 anos, comanda uma das vinícolas mais elogiadas de seu país, na região de Beiras. No ano passado, seu trabalho foi premiado pela revista alemã “Feinschmecker” com o “Oscar do Vinho” de melhor produtora.
Além do currículo invejável, ela adora repetir um termo que já virou seu mantra: “vinho sem maquilhagem” - ou maquiagem, no nosso português. Mas o que isso quer dizer? Para a enóloga, a bebida deve carregar consigo a identidade do local onde foi produzida, uma espécie de DNA.
- Trabalho com uvas nativas e, para mim, vinho é uma questão de origem. Eles precisam ser autênticos - defende Filipa.
Recentemente, a enóloga participou de uma degustação na filial carioca da Casa Flora, que abriu as portas no bairro de Botafogo há cinco meses. Sua relação com o Brasil é intensa. Todo ano, ela costuma visitar o país, mas, de um tempo para cá, as viagens ficaram menos frequentes por conta do nascimento dos filhos, um de três anos e outro de 11 meses.
A engenheira química de formação aproveitou também para contar as novidades: há um mês engarrafou a versão tinta do premiado branco “Nossa”. As garrafas devem chegar ao Brasil daqui a dois meses.
Rosés e brancos são os mais indicados para o clima carioca
Filipa questiona a resistência de alguns consumidores aos rosés e aos brancos - ambos refrescantes e mais indicados para o clima do Rio.
- Não sei o que acontece, deve ser algum trauma com bebidas de má qualidade. Mas existem marcas excelentes sendo vendidas por aqui, não há o que temer.
No entanto, Filipa pondera que o melhor vinho vai depender da ocasião em que ele será consumido. Se é para acompanhar alguma carne vermelha, os melhores são tintos encorpados; se forem brancas, chardonnay, merlots ou tintos leves. Quanto aos preços, ela polemiza: não existe vinho bom e barato. Ainda assim, nem toda economia está perdida.
- É cada vez mais fácil encontrar bons rótulos a preços médios. Difícil mesmo é achar algo muito bom e barato, infelizmente - diz Filipa. - Deve-se ter é o cuidado em escolher uma vinícola de referência.
Apesar de preferir os rótulos europeus e afirmar conhecer pouco sobre a produção nacional e latinoamericana, Filipa acredita que quem está se iniciando no mundo dos vinhos deve procurar uma boa marca nacional de espumante, um tinto malbec argentino ou cabernet chileno.


Fonte: http://ela.oglobo.globo.com/


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